quarta-feira, 23 de dezembro de 2020






 O Verdadeiro Pentecostalismo - A Atualidade da Doutrina Bíblica Sobre a Atuação do Espírito Santo na Igreja do Senhor Jesus

Marcelo Oliveira


Lição 1 - A Pessoa do Espírito Santo

Neste trimestre, estudaremos o Verdadeiro Pentecostalismo. Vivemos um momento delicado, pois muitos estão abraçando novidades sem conhecer o fundamento da própria fé. O crente pentecostal, professores de Escola Dominical e obreiros da igreja local devem conhecer as raízes de sua fé. É preciso saber o que os nossos pioneiros ensinaram, como o ensino do Espírito Santo foi desenvolvido ao longo dos anos e os importantes autores pentecostais que contribuíram grandemente para o desenvolvimento de nossa teologia pentecostal. Tudo isso forma uma identidade pentecostal que tem raízes na Palavra de Deus e se confirma ao longo da história de nossa igreja. O propósito deste trimestre é que tudo isso seja possível de ser estudado e promovido.

No Brasil, os pentecostais, e principalmente os assembleianos, têm uma mensagem: “Jesus salva, Jesus cura, Jesus batiza no Espírito Santo e Jesus breve voltará!”. Essa mensagem marca a plenitude do Evangelho que sempre ensinamos. É uma mensagem cristocêntrica, em que tudo gira ao redor do Senhor Jesus.

Tratar de doutrinas bíblicas pentecostais exige que comecemos falando sobre a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, o Espírito Santo. Por isso, abrimos o trimestre com o estudo da pessoa do Espírito Santo. Assuntos como “a Bíblia revela a deidade absoluta do Espírito Santo, sua personalidade e atributos divinos”; “a comunhão perfeita na Trindade, com ênfase na relação do Espírito com o Filho”; e “a atuação do Espírito Santo na Criação e no ser humano” serão trabalhados na primeira aula do trimestre.

É muito importante que nesta aula você leve como elemento motivador a necessidade do Espírito Santo

na vida da igreja. Mostre, por exemplo, como o Novo Testamento revela que o Espírito Santo tinha um papel atuante na vida da igreja na atividade ministerial (At 6.1-10), na recepção do próprio Espírito (At 8.14-17) e numa decisão de um concílio (At 15). Mostre para os seus alunos que essa é a maior contribuição da nossa expressão de fé: o Espírito Santo dinamiza a vida da igreja local.

Uma grande lição que o Movimento Pentecostal deu ao Protestantismo no mundo é que o Espírito Santo é indispensável ao serviço da Igreja. Se houve um momento em que foi preciso afirmar “Somente a fé”, “Somente a graça”, “Somente Cristo” e “Somente as Escrituras”, com o Movimento Pentecostal veio a urgência em dizer também “Somente pelo Espírito Santo”.


Lição 2 - A Atuação do Espírito Santo no Plano da Redenção


A lição desta semana mostra o papel glorioso do Espírito Santo no plano de salvação É um papel ativo, em que o Santo Espírito atua como Aquele que convence o mundo, ensina o crente e consola o discípulo de Cristo. O Espírito Santo atua como o “paracleto”, o que defende, protege e mentoria a nossa vida. Ele está ao lado do seguidor de Jesus.

A presente lição tem o propósito de conscientizar o crente desse papel ativo do Espírito Santo. Essa atuação é uma promessa alicerçada nas Escrituras e que teve, no dia de Pentecostes, a realização plena dessa promessa. Nesse sentido, vale a pena fazer uma correlação da passagem de Joel 2.28,29 com Atos 2 para pontuar a promessa do Antigo Testamento e seu cumprimento no Novo Testamento. Isso deixa claro que o Espírito Santo é uma pessoa que atua na realidade de nossa vida, pois vemos tal realidade na promessa anunciada no Antigo Testamento, cumprida no Novo Testamento e confirmada no tempo presente de nossas vidas. Assim, estimule os alunos a buscarem uma experiência com o Espírito Santo, pois não se trata de uma teoria: Ele é real, é vivo.

Outro ponto interessante a destacar é que a vida no Espírito não quer dizer uma “vida mágica”. Na sua revista de professor, você poderá notar no subsídio teológico do segundo tópico um ensinamento bíblico muito claro: “Não nos é lícito usar encantamento para submeter Deus à nossa vontade”. A Bíblia ensina a “provar” se os “espíritos” são de Deus. O mundo espiritual é real, mas também há pessoas que usam esse mundo para manifestar a emoção humana ou, infelizmente, uma ação demoníaca. É preciso abrir 1 João 4.1 e, com clareza, ensinar com autoridade: “Amados, não creiais em todo espírito, mas provai se os espíritos são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo”. Ora, se o Espírito Santo ensina e ajuda o crente, Deus espera que seus filhos tenham discernimento espiritual em tudo.

Além de o Espírito Santo ser uma promessa cumprida, um ensinador e ajudador, que nos faz discernir todas as coisas, Ele também glorifica a Cristo em nossas vidas. Só é possível glorificar a Jesus se estivermos no Espírito: “Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo” (1Co 12.3). Portanto, que fique claro nesta aula que não há vida cristã possível fora do Espírito Santo. O lugar do Espírito Santo em nossas vidas não é secundário, mas primário, principal.


Lição 3 - O Batismo no Espírito Santo


O que é o Batismo no Espírito Santo? Esse é o assunto de nossa lição para esta semana. Vamos refletir a respeito de seu conceito e propósito.


Conceito

Deve ficar claro para a classe que o Batismo no Espírito Santo é uma experiência distinta da salvação, o que significa que todo crente batizado no Espírito Santo é salvo, mas nem todo salvo é batizado no Espírito Santo. 

Como o próprio nome diz na sua expressão, o termo “batizado” quer dizer “imerso”, “mergulhado” no Espírito Santo. É a terminologia preferida dos pentecostais. Ou seja, é uma analogia ao batismo em águas, que traz a ideia de estar imerso na água, debaixo dela. Nesse sentido, conforme nos mostra a “Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, editada pela CPAD, quem é batizado no Espírito Santo está saturado, envolvido no Espírito de Deus. 

Há outras expressões na Bíblia que traduzem essa grandiosa experiência, sobretudo no livro de Atos, como nos mostra John W. Wyckoff, um dos autores da obra já mencionada: “Estar cheio do Espírito Santo”, “Receber o Espírito Santo”, “Ser derramado o Espírito Santo”, “O Espírito Santo caindo sobre”, “O Espírito Santo vindo sobre”, e outras variações. Todas essas expressões, para nós, têm o mesmo sentido da experiência registrada em Atos dos Apóstolos.


Propósito

O propósito do Batismo no Espírito Santo é muito claro: capacitação para o serviço na causa de Cristo.

Podemos ver isso claramente em Atos 1.8, como também podemos ver em diversos exemplos do Antigo Testamento, em que o Espírito vinha sobre uma pessoa e a capacitava para fazer uma obra: o Espírito sobre Moisés e os setenta anciões (Nm 11.17,25); o Espírito sobre Gideão, Jefté e Sansão (Jz 6.34; 11.29; 13.25; 14.6,19; 15.14); o Espírito sobre Saul e seu profetismo como evidência (1Sm 10.1-10; cf. 11.6; 19.23); o Espírito sobre os mensageiros de Saul (1Sm 19.20); o Espírito sobre Davi quando este foi ungido rei (1Sm 16.13; 2Sm 23.2).

Todos esses episódios revelavam o modo esporádico que o Espírito Santo atuava sobre uma pessoa na Antiga Aliança. A grande novidade do Novo Testamento é que o Livro de Atos revela o cumprimento de uma promessa: o derramamento do Espírito sobre toda a carne (Jl 2.28). Há uma dimensão, não mais nacional ou de gênero, mas universal: todo homem, mulher, jovem e idoso podem executar o santo serviço da Igreja de Cristo, isto é, pregar o Evangelho, e edificar os irmãos, por meio dos diversos dons espirituais.


Lição 4 - A Atualidade dos Dons Espirituais


Os dons espirituais cessaram em algum tempo da história? Ou eles são atuais, estão disponíveis para todo crente no Senhor Jesus? Essas perguntas remontam ao assunto dos dons espirituais. Este é o assunto de nossa lição.

A “Declaração de Fé das Assembleias de Deus” diz o seguinte: “Cremos, professamos e ensinamos que os dons do Espírito Santo são atuais e presentes na vida da Igreja. O batismo no Espírito Santo é um dom: ‘e recebereis o dom do Espírito Santo’ (At 2.39); mas os dons do Espírito Santo, ou ‘espirituais’ na linguagem paulina: ‘Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos que sejais ignorantes’ (1 Co 12.1) são restritos. Esses dons são capacitações especiais e sobrenaturais concedidas pelo Espírito de Deus ao crente para serviço especial na execução dos propósitos divinos por meio da Igreja: ‘Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil’ (1 Co 12.7). São recursos sobrenaturais do Espírito Santo operados por meio dos seres humanos, os crentes em Jesus, enquanto a Igreja estiver na terra, pois, no Céu, não precisaremos mais deles” (p.171). Nossa declaração expressa com clareza o que cremos, professamos e ensinamos acerca dos dons espirituais segundo o que as Escrituras Sagradas dizem.

Em primeiro lugar, está claro que os dons espirituais são atuais e presentes na vida da Igreja. Não há nada na Bíblia que traga a ideia de cessação dos dons. O texto de 1 Coríntios 13.8 não mostra evidência disso. Pelo contrário, esse texto diz que a ocasião na qual esses dons cessarão é no tempo da vinda do Senhor (cf. “quando vier o que é perfeito”, v.10), jamais ao final da era apostólica. Não há nenhuma evidência na Bíblia que defenda essa tese.

Segundo, os dons espiritais são restritos, isto é, são capacitações do Espírito para executar um serviço especial segundo o propósito divino. Por isso, acreditamos que o batismo no Espírito Santo, o grande e extraordinário dom de Deus, é a porta de entrada para os demais dons. Como vimos em artigo anterior, o Espírito Santo nos capacita para um serviço, e o dom espiritual é a capacitação restrita,  específica do serviço.

E, finalmente, enquanto o Senhor Jesus não voltar, Ele espera que trabalhemos para que, ao chegar, encontre fé em nós. A melhor maneira de fazer assim é executando o serviço que Ele nos delegou. Tudo para glorificar o Senhor Jesus. Por isso, devemos buscar o dom do Espírito Santo a fim de executar melhor o serviço para Deus.


Lição 5 - Fruto do Espírito: O eu Crucificado 


Vamos estudar um dos temas mais vibrantes da vida cristã: o Fruto do Espírito. Este, quando aplicado à vida do crente, é a prova de que o “eu” foi crucificado com Cristo.

Há um ponto na lição que deve ser observado de maneira enfática: a relação do Fruto do Espírito com os dons espirituais. Esses dois não são exclusivistas, mas complementares. A vontade de Deus é que o crente viva a plenitude do Espírito, isto é, tanto dinamicamente no poder como na ética do Espírito Santo. O padrão da Bíblia para o crente é que ele seja cheio de poder, mas, ao mesmo tempo, revele o caráter forjado no Espírito.

É exatamente isso que o apóstolo Paulo ensina à igreja de Corinto. Não foi por acaso que ele escreveu sobre isso na Primeira Carta aos Coríntios. O apóstolo mostrou que os coríntios manifestavam o poder do Espírito, mas falhavam na ética do Espírito. Por isso, aquela igreja estava sendo moralmente relapsa, ao ponto de tolerar um pecado gravíssimo (1Co 5). Não por acaso, o apóstolo Paulo escreve dois capítulos sobre os dons espirituais (12 e 14), principalmente acerca das línguas e profecia, e, no meio deles, escreve um capítulo sobre o amor (1Co 13), o caminho mais excelente. O amor é a principal de todas as virtudes, e impulsiona os demais frutos.

O Fruto do Espírito não é uma escolha entre duas: não há alternativa entre viver no poder do Espírito ou desenvolver o Fruto do Espírito. Andar no Espírito, de acordo com o caráter de Cristo, é tão importante quanto o estar imerso no poder do Espírito. Ora, tanto os dons espirituais quanto o fruto têm no Espírito Santo sua origem e fonte transbordante. Assim, desenvolver o Fruto do Espírito na vida, ao lado dos dons espirituais é desenvolver a maturidade cristã, a plenitude do Evangelho, a perseverança e um viver vitorioso e pleno contra a velha natureza humana.

Vivemos um tempo de crise moral e ética. Os membros das igrejas locais não estão alheios a esse tempo. Aqui, não falamos de moralismos, mas de uma régua moral e de um compromisso ético que leva em conta o nosso corpo, alma e espírito. A Bíblia nos estimula a conservá-los para a vinda do nosso Senhor (1Ts 5.23). Isso só é possível se “andarmos no Espírito” (Gl 5.25). Assim, devemos pensar no Espírito, para desejar as coisas do Espírito e fazer conforme o Espírito (Fp 4.8,9).


Lição 6 - Santificação: Comprometidos com a Ética do Espírito


A santidade é um tema belo e glorioso. Uma das mais belas lições que devemos aprender é que a santidade está ligada à glória de Deus. É o que vemos no primeiro tópico de nossa lição. O comentarista mostra que no Antigo Testamento a santidade se originou no próprio Deus, é uma plenitude gloriosa de sua excelência moral.

O nosso desafio nesses dias é manifestar a excelência moral de Deus e isso é possível por meio do atributo comunicável do Altíssimo, que é a santidade. Quando estudamos Teologia Sistemática, aprendemos que há atributos comunicáveis de Deus (os que podem ser encontrados no ser humano: bondade, fidelidade, amor), e atributos incomunicáveis (os que não são encontrados no ser humano: onipotência, onisciência, eternidade). A santidade é um dos atributos comunicáveis de Deus em que Ele espera que seja manifestado em nossa vida. Assim, a nossa perspectiva muda quando vemos a santidade segundo a glória e majestade do Deus todo-poderoso.

Se no Antigo Testamento a santidade está ligada à glória de Deus, no Novo ela está ligada ao caráter de Cristo; assim, um atributo que nasce na glória e majestade de Deus e passa pelo caráter perfeito do Senhor Jesus. Por isso, no Sermão do Monte lemos: “Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus” (Mt 5.48 – grifo meu). Nosso Senhor ainda ensinou: “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mt 5.20 – grifo meu). Atente para expressão “justiça”, que traz uma ideia de retidão, assim como a palavra “perfeição”. Jesus mostra isso na prática quando traz a imagem de quem “adultera no seu coração” (Mt 5.27,28). Nesse sentido, a santidade ensinada por Jesus começa na interioridade do ser humano. Do interior ela reflete na vida exterior do crente.

A santidade está ligada à majestade de Deus e ao caráter de Cristo. Será impossível vivê-la? De fato, a santidade bíblica é muito elevada; entretanto, a boa notícia é que temos o Espírito Santo para nos ajudar a forjar uma vida santa. Na lição, encontramos a afirmação de que o Espírito Santo é a fonte da santidade, segundo o padrão de Jesus Cristo. O Espírito santifica a nossa vida pessoal, por isso, a realidade do fruto do Espírito e a necessidade de andar nEle. A santidade não é mérito humano, mas obra do Santo Espírito. O Espírito nos santifica!


Lição 7 - Cultuando a Deus com Liberdade e Reverência


Nesta semana, vamos refl etir sobre o culto pentecostal. Ele é caracterizado pela simplicidade, liberdade e reverência ao Deus todo-poderoso. No culto pentecostal o crente é estimulado a ser agente ativo. Há oportunidades de, por meio dos dons espirituais, o crente ser instrumento de edificação para o irmão ou a irmã em Cristo. Nesse sentido, se esperam testemunhos edificantes, adoração em línguas, profecias. Há, principalmente, oração, louvores congregacionais e exposição da Palavra de Deus. O saudoso pastor Valdir Bícego, em um artigo publicado no jornal “ Mensageiro da Paz” (CPAD) de junho de 1994, intitulado “Música no culto ou culto à música”, escreveu: “De acordo com 1 Coríntios 14.26, os nossos cultos devem ter cinco coisas importantes: louvor, mensagem, revelação, língua e interpretação”. Assim, esperamos que o culto seja dinâmico, sob a direção do Espírito Santo.

Toda essa atmosfera espiritual tem como objetivo adorar a Deus em espírito e em verdade, de modo que Ele seja essencialmente reconhecido, celebrado e exaltado sempre. Por isso que, apesar da liberdade num culto pentecostal, há profunda reverência no culto. Não se podem conceber atos irreverentes quando há uma consciência santa de que estamos diante de um Deus majestoso e glorioso: “Mas o Senhor está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra” (Hc 2.20).

O culto deve ser cristocêntrico. O Senhor Jesus é o centro da nossa adoração e de nossa mensagem. Isso significa que devemos cuidar para que no culto, Cristo seja honrado e adorado. Num contexto em que é comum que se dê ênfase ao homem, às necessidades humanas, o culto devotado a Cristo pode ficar de lado. Não podemos permitir que a ênfase cristocêntrica se perca. Lembre aos alunos que a nossa mensagem tem Cristo como o centro: Jesus salva; Jesus cura; Jesus batiza no Espírito Santo; Jesus breve voltará. Tudo é por Cristo!

Se a adoração é a Deus, se o nosso culto é cristocêntrico, há outro aspecto muito importante em nossas reuniões: um culto verdadeiramente pentecostal assembleiano garante a cada irmão ou irmã a oportunidade de contar o que Jesus fez em sua vida. Nesse aspecto, não nos preocupamos em formalidade, preparo intelectual; mas com a experiência concreta que o irmão ou a irmã teve com Jesus. Assim, com coração grato, ele ou ela conta com alegria os milagres e as bênçãos recebidas de Jesus. Todos, sem exceção, têm acesso garantido para falar o que Jesus fez em sua vida. Esse é um aspecto marcante que deve ser preservado e valorizado em nossas reuniões.


Lição 8 - Comprometidos com a Palavra de Deus


Temos o objetivo de demonstrar o quanto somos comprometidos com a Palavra de Deus. Ora, a Escola Dominical existe para garantir o ensino das Escrituras Sagradas a todo crente. Temos essa seriedade com a Bíblia, pois nela temos nossa regra de fé e prática. Ou seja, cremos e professamos a autoridade da Bíblia para a vida. Entretanto, não é possível apenas professarmos a autoridade das Escrituras, mas é preciso amá-la e praticá-la; lendo-a, estudando-a e aplicando-a a vida.

O saudoso pastor, ensinador e escritor José Apolônio, irmão do também saudoso teólogo assembleiano Antonio Gilberto, em um artigo publicado no jornal “Mensageiro da Paz”, de fevereiro de 1963, intitulado “O valor da palavra escrita”, escreveu: “Cada igreja, cada pastor, todo pai de família deve tomar mais interesse para que a Palavra de Deus seja lida e conhecida”. Já naquele período, o saudoso pastor demonstrava preocupação com a quantidade de crentes no Brasil e sua relação com os que efetivamente preocupavam-se em conhecer a Bíblia, estudá-la e praticá-la. Não basta apenas falar belas palavras sobre a Bíblia, mas é preciso conhecê-la de fato. Esse deve ser um compromisso da igreja, do pastor, do líder de família. Todos devem desejar esse bom hábito.

Em nossa história, como movimento e denominação, temos muitos casos de irmãos e irmãs que foram alfabetizados com a Bíblia. Eles tinham o objetivo claro ao aprender a ler: estudar a Bíblia. Imagine o impacto que tal atitude teve na formação da personalidade desses irmãos. Ter na Bíblia todo o fundamento de sua visão de mundo, desde o aprendizado das primeiras letras, marcaria para sempre suas vidas.

Imagine o que a nossa geração de crentes, com todas as possibilidades que temos com o advento dos

vários recursos educativos e tecnológicos, seria capaz de promover em nossa nação, se cada crente resolvesse aplicar todo o seu esforço para aprofundar a sua fé nas Escrituras Sagradas?

Um cristão preparado nas Escrituras Sagradas tem muitas vantagens. Primeiro, ele se mostra maduro na fé. Segundo, e como consequência, não é levado por ventos de doutrinas, fantasias e heresias (Ef 4.14). É impressionante a quantidade de pessoas que se deixam levar por erros que seriam facilmente rechaçados com um estudo básico e cuidadoso das Sagradas Escrituras. Aqui, consiste uma das mais nobres missões do professor da Escola Dominical: estimular a leitura da Bíblia e sua aplicação na vida.


Lição 9 - Vivendo o Fervor Espiritual


O fervor espiritual é o assunto desta semana. Nossa igreja sempre foi conhecida pela identidade do fervor. Isso quer dizer que um crente piedoso, que ora, ler a Palavra, procura manifestar o Evangelho na

sua maneira de viver. E, no culto, isso se manifesta com uma expressão de alegria, reverência, zelo. É o fervor pentecostal em que o “glória a Deus e aleluia” expressa a dimensão de uma vida cheia do Espírito Santo de Deus.

A vida fervorosa deve ser o objetivo de cada crente em Jesus. Ela deve manifestar na vida espiritual do crente. Assim, espera-se de um crente com fervor espiritual a disciplina da oração, da leitura da Bíblia, do jejum. O seu desejo é adorar a Deus em Espírito e Verdade. Aproveita cada momento do culto na igreja local. Nesse sentido, a piedade é aprofundada, desenvolvida. Ele busca viver uma vida espiritual, de modo que a frieza passe longe. O amor pelas almas perdidas é latente no crente fervoroso. Orar, pregar e evangelizar são obras que dão prazer à vida espiritual.

Viver uma vida fervorosa também tem a ver com a maneira de viver. Um crente fervoroso, cheio do Espírito Santo, como estudamos em Efésios 5, é uma pessoa que foge das contendas, confusões e devassidão. Há uma preocupação com a moderação, pois fomos chamados a viver uma vida equilibrada. Temos o compromisso de viver uma vida na humidade e mansidão, pois assim o nosso Senhor Jesus, o maior modelo de vida.

A vida fervorosa também se manifesta por meio de um ânimo de gratidão e submissão. Esses valores mostram também os aspectos de humildade e mansidão de que falamos acima. Para ser grato é preciso ser humilde. Reconhecer que temos limites e que alguém fez algo por nós que não conseguiríamos fazer sozinhos. Já a disposição em ser submisso é viver o que está escrito em Efésios 5.21: “sujeitando-vos uns outros no temor do Senhor”. Talvez esse seja o nosso maior desafio no século XXI. Nunca vivemos num tempo em que as pessoas tenham tanta dificuldade em se submeter aos outros. Entretanto, se vivemos no Espírito de Deus, sim, é possível viver essa verdade gloriosa. Ora, onde o Espírito Santo opera, o nosso eu morre um pouco mais; assim é possível deixar fluir o fruto do Espírito e, finalmente, viver essa dimensão do Espírito aplicada à vida, conforme as Escrituras nos dizem.

Tenhamos, pois, fervor espiritual, fervor na maneira de viver e fervor na gratidão e submissão. É um santo ideal!


Lição 10 - O Senhor Jesus Cura Hoje


Lendo um artigo do Evangelista Smith Wigglesworth, traduzido pelo missionário Nils Kastberg para o jornal “Mensageiro da Paz” (2ª quinzena de dezembro de 1931), “Eu sou o Senhor que te sara!”, percebemos o quanto os pioneiros do Movimento Pentecostal viviam uma fé simples, arraigada na Bíblia. O evangelista Wigglesworth conta quatro casos concretos de cura divina. Lendo os casos, você percebe que só Jesus poderia fazer o que fez. Tratava-se, pois, de casos impossíveis para a medicina solucionar, mas, com a graça de Deus, o Espírito Santo dirigia o evangelista para ser um instrumento de cura para as pessoas.

Lendo ainda o artigo, você percebe que o método que origina toda aquela ação poderosa foi apenas um: a fé simples na Palavra de Deus. Olha o que o Evangelista escreve como introdução ao artigo: “‘Estás alguém entre vós doentes? Chame os presbíteros da igreja, orem sobre ele, ungindo-o com azeite em

nome do Senhor. E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados’, Tg 5.14-15. Nestes versículos das Escrituras, temos um firme fundamento para a fé na cura divina. Deus, aqui, dá-nos ordenanças claras, que devem ser observadas para com os doentes. Se estás doente, deves chamar os anciãos da igreja; eles te ungirão com óleo em nome do Senhor, e depois de feito isto, deves ficar tranquilo, confiante de que o Senhor te restabelecerá. Será verdade que o Senhor cumpre esta palavra também nos casos difíceis?”. A razão do artigo é para responder a essa pergunta. Como disse, ao longo do artigo há quatro exemplos para mostrar que o Senhor cumpre a palavra em Tiago 5.14,15 até mesmo em casos bem difíceis.

É por isso que em nossas reuniões ainda há a prática de ungir os enfermos com o óleo ungido. Primeiro porque é uma orientação claramente bíblica. Depois, que a prática está presente em nossa rica história de evangelização. Milhares e milhares de pessoas experimentaram o bem do Senhor com essa obediência. É desejo de Deus que tenhamos presbíteros cheios de fé, em pleno século XXI, para ungir doentes com enfermidades difíceis. O Senhor ainda faz grandes coisas.

A Escola Dominical é o lugar especial para estimular os crentes em Jesus a viver essas experiências maravilhosas a partir da Palavra de Deus.


Lição 11 - Compromissados com a Evangelização


Evangelizar é o compromisso áureo da nossa igreja. Ela existe para ser testemunha de Cristo na terra. Nesse sentido, é a igreja visível que se identifica com Cristo para pregar o Evangelho a toda a criatura.

A evangelização é uma prioridade para o Movimento Pentecostal. O Pentecostes só tem a razão de existir por causa da natureza intrínseca evangelizadora desse acontecimento. Ora, no dia de Pentecostes quase três mil almas foram convencidas pelo Espírito Santo (At 2.41). A igreja pentecostal se confunde com a igreja que evangeliza.

O Corpo de Cristo, a Igreja, nasceu historicamente no Dia de Pentecoste, conforme narrado pelo evangelista Lucas em Atos 2. Esse evento foi posterior ao questionamento feito pelos discípulos ao Senhor ressurreto acerca do futuro escatológico (At 1.6-11): “Senhor quando restaurarás tu neste tempo o reino a Israel”. De modo que a resposta à pergunta desembocou na grande promessa feita a respeito da volta do Senhor: “Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para  o céu o viste ir” (v.11).

 Portanto, podemos dizer que a Igreja é pentecostal porque historicamente nasceu sob o derramamento do Espírito Santo (At 2.1-13). E, ao mesmo tempo, ela é escatológica porque ela nasceu historicamente debaixo da promessa da vinda do nosso Senhor. Uma promessa confirmada também no “Pentecostes” conforme a profecia de Joel pronunciada pelo apóstolo Pedro (Jl 2. 31,32; At 2.20,21).

Essa dimensão pentecostal e escatológica forjou a natureza urgente que os pentecostais têm com a evangelização. Se hoje a Assembleia de Deus tem uma congregação em cada bairro brasileiro foi porque essa urgência sempre foi latente em nossa natureza como igreja. Ou seja, a nossa atividade evangelística deriva dessa consciência pentecostal e escatológica que nos impulsiona a evangelizar cada ser humano.

Teologicamente evangelizamos porque Jesus derramou o Espírito Santo sobre nossa vida para fazer isso com ousadia. Evangelizamos porque temos a consciência de que o nosso Senhor pode voltar a qualquer momento para arrebatar a sua Igreja e trazer juízo aos ímpios. Devemos, portanto, remir o tempo e aproveitar cada oportunidade para evangelizar e ganhar almas para o Senhor Jesus.

Aproveitemos a oportunidade na classe para conscientizar cada aluno dessa nossa identidade pentecostal e assembleiana.



Lição 12 - A Urgência do Discipulado


Discipular quem nasce de novo é um mandamento bíblico. O novo crente em Jesus deve ser ensinado desde o seu primeiro passo. A maturidade da igreja, a fé sólida do crente e sua vida de frutificação na causa de Cristo dependerão de um bom programa de discipulado da igreja local. A igreja que ignora isso compromete a saúde espiritual de quem nasce de novo.

Por muito tempo fomos considerados como uma igreja que não sabe discipular. Graças a Deus essa imagem tem sido corrigida por causa de maravilhosas iniciativas no campo do discipulado por muitas igrejas assembleianas em nosso país. Entretanto, há muito por fazer. A tarefa é grande.

 Há muitas razões que poderíamos descrever do porquê evangelizar. A primeira, mencionamos acima, trata-se de uma ordem bíblica (Mt 28.19,20). Entretanto, há também uma razão social muito importante. O discipulado cristão revela uma dimensão formativa de uma nova identidade. Imagine, o novo convertido chega à igreja com uma imaginação deformada, valores distorcidos e princípios muitas vezes violados. No discipulado que será cultivado em sua mente e coração novos princípios e valores que servirão ao longo de sua vida.

Outra razão é que o discipulado cristão revela uma preocupação com a pessoa do crente. Essa é a dimensão mais orgânica do Evangelho em que o interesse com a vida do novo crente importa. No discipulado não há interesse meramente institucionais, mais compromisso com a vida do indivíduo. Há um investimento integral na vida da pessoa. Imitamos o que Jesus fez com os primeiros discípulos. Trabalhamos pessoas muitas vezes rejeitadas pelo mundo e a valorizamos com o que há de mais precioso: o Evangelho.

 Procure refletir com a sua classe sobre o que poderia ser feito para melhorar o trabalho de discipulado na igreja local. Faça com que os alunos pensem sobre como seria se a eles fosse dada a responsabilidade de discipular um novo convertido. Eles se sentem preparados para isso? Eles se sentem dignos em serem exemplos para uma pessoa nova na fé? Ora, é preciso deixar claro que todo crente, em tese, deveria estar pronto para discipular um novo irmão em Cristo, auxiliá-lo na caminhada para o céu.

Busque fomentar essa discussão na classe, mostrando que o discipulado não é uma incumbência apenas dos oficiais da igreja, mas de todo seguidor de Jesus.



Lição 13 - Voltados os Olhos para a Bendita Esperança


 Essa lição é sobre a nossa esperança. Veja o que o teólogo Stanley Horton (in memorian) escreve sobre o assunto: “O único motivo por que a promessa da nossa ressurreição, do nosso corpo glorificado, do nosso reinar com Cristo, e do nosso futuro eterno é chamada ‘esperança’ é porque ainda não os alcançamos (Rm 8.24,25)” (“Teologia Sistemática: Uma Perspectiva Pentecostal”, CPAD, p. 610).

De fato, não alcançamos a plena realidade espiritual nos termos que o apóstolo Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (4.16,17). Ao anunciar essa promessa, o apóstolo conclui: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras” (v.18). As palavras do apóstolo Paulo revelam que a “esperança” é o grande tema da verdadeira Escatologia Bíblica. E, por isso, devemos reforçá-la consolando uns aos outros com a memória dessa promessa.

A razão de aguardarmos algo que ainda não ocorreu é porque “anelamos e esperamos a realidade última da manifestação do Reino de Deus no mundo”. Assim, essa esperança se inicia e permanece por intermédio de Jesus Cristo (Ef 2.12). Éramos um povo sem esperança, já condenados como filhos da ira, com uma natureza essencialmente alienada de Deus e de seu plano salvífico: “Estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)” (Ef 2.5). Eis a razão da nossa esperança! Se o Pai, por intermédio de Jesus, o seu Filho, nos vivificou em Cristo, significa que Ele completará essa boa obra iniciada em nós. Por isso, a “esperança” é o fundamento primeiro da Escatologia Bíblica.

Aproveite esta última lição para enfatizar o tema da “esperança”. A doutrina das últimas coisas não pode ser ensinada com o objetivo de trazer medo às pessoas, confusão de datas ou falsos alarmes. À luz da Palavra de Deus, sempre que os autores bíblicos trataram do assunto, eles tinham como alvo consolar, confortar e animar o povo de Deus. A sua classe deve ser animada por você com a verdadeira esperança bíblica. Uma aula de bênçãos!


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